terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Como planejar uma viagem?


Sonhamos com algumas viagens durante toda a nossa vida. Outras acontecem por acaso, de ultima hora. Seja qual for o seu caso, saiba que planejar ajuda voce a tirar melhor proveito da sua viagem.

  1.   Saiba quanto voce pode gastar. Faca um orcamento,   verifique as financas, se a viagem ja tem destino certo abra uma poupanca. Se nao tem, mas voce ja tem certeza de que quer viajar, economize mesmo assim. Tenha consciencia do seu orcamento.
  2. Defina o destino. Pesquise, converse com amigos, consulte agencias de viagens. Quanto mais informacao voce tiver, melhor sera para escolher o destino. Tenha uma opcao alternativa para o caso do primeiro destino nao ser viavel.
  3. Verifique as condicoes climaticas do periodo em que pretende viajar e se o destino e aconselhavel para aquele periodo. Descubra as atividades oferecidas (tipos de recreacao, viagens, etc), facilidades (restaurantes, transporte, cidades vizinhas), moeda, medicacoes que precisa levar, vacinas.
  4. Aprenda a fazer as malas. De acordo com o clima e os tipos de atividades que voce pretende fazer. Tenha sempre em mente que roupas e um par de sapatos confortaveis sao fundamentais. Normalmente eu faco uma lista (com roupas e acessorios da cabeca aos pes) incluindo tudo o que vou precisar. Coloco  na mala pelo menos 2 dias antes da viagem e reviso no dia anterior. Assim e mais garantido nao esquecer nada e nao levar nada de que nao va precisar.
  5. Avise alguem da familia ou algum amigo sobre a sua viagem e de preferencia de endereco e telefone do local onde vai ficar. So para o caso de alguma emergencia.
  6. Certifique-se da documentacao necessaria e das respectivas datas de validade: passaportes, vistos, carteira de motorista, cartao de vacina. Tire uma copia dos documentos e mantenha em local seguro. Isso facilitara muito a sua vida em caso de perda ou roubo.
  7. Compre varios rolos de filme (no caso de usar cameras com filme) ou carregue a bateria e certifique-se de levar o carregador da sua camera. Voce nao vai querer perder a oportunidade de registrar esse momento, vai? Caso sua viagem seja para o exterior, verifique o plug da tomada e procure um adaptador. A maioria dos melhores hoteis tem carregador, mas nem sempre estara disponivel dependendo da epoca do ano. Ja hostels e hoteis mais baratos normalmente nao tem.
  8. Faca uma lista dos lugares que pretende visitar. Planeje um roteiro. Otimize seu tempo visitando lugares vizinhos no mesmo dia.
  9.  Compre as passagens e reserve a acomodacao com antecedencia, isso garantira melhores precos e, normalmente, voce ja tera pago a viagem antes mesmo de viajar, sobrando uma graninha extra para aquelas coisas que voce nao tinha nocao de que queria fazer, mas descobrira na hora.   

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Animou-se? Entao, escolha o proximo destino e maos a obra. Qualquer duvida e so mandar um email que, se eu estiver disponivel ajudo na hora!
Beijo
Cinthia

sites uteis:

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Devo nao nego...

... pago quando puder!

Sei que ando em falta com meus leitores: estou devendo textos, muitos textos. Nao tenho postado mais nada porque estou literalmente sem tempo, mas estou trabalhando nos textos e prometo que o que vira em breve nao os desapontara... Muito mais em termos de viagens que em termos de receitas, porque ando viajando muito mais do que testando receitas novas.
Entao o que tenho a dizer em minha defesa e que estou trabalhando em textos como: Amsterdam, Londres, Dublin, Grecia e Turquia, e espero do fundo do meu coracao estar perdoada pelo meu atraso.
um beijo a todos

sábado, 7 de julho de 2012

Paella Espanhola em Edimburgo


Pouco antes de deixar Edimburgo conheci uma espanhola animadissima e cheia de vida.Nao sei se pela identidade latina ou pela simpatia mutua (aquela bem modesta), a nossa conexao foi imediata. Naquele mesmo momento trocamos telefones e na mesma semana saimos. Foi  uma beleza, eu estava em Edimburgo ha um mes e nao havia saido para uma noitada. Nos encontramos no café House of Elephants – onde a autora de Harry Potter escrevia os livros – que fica nas 4 bridges e de la, fomos comer um chinesinho.

Depois fomos ate a George Street e entramos nos bares e lugares com musica para verificar as condicoes. A nossa identificacao e muito interessante: as duas falam muuuuuuitoooo (e quem me conhece sabe o quanto eu falo, mas gente parece briga de foice do tanto que cada uma fala) e conseguimos nos entender bem. Ninguem briga pra ver de quem e a vez de falar, a gente se entende no meio da falacao mesmo! Rs rs rsrs e a gente ri demais. E, eu sei, rir e uma coisa intrinseca ao meu ser. Acabamos a noite numa boate onde dancamos ate a boate fechar (la fecha as 3h da manha). Entao, resumindo, essa noite foi fantastica, falamos, rimos e dancamos muuuuuiiiitoooo.

Quando descobri que teria que vir para a Italia, resolvemos fazer uma viagem juntas para selar essa amizade tao recente e ja tao intensa. Nenhuma das duas tinha dinheiro  ou muito tempo, resolvemos ir para perto. Na quarta a noite fizemos as pesquisas e decidimos ir a Manchester e Liverpool, no norte da Inglaterra.

O roteiro da viagem vou postar num texto a parte, esse texto e para o jantar que fizemos um dia antes de partir (as 5 da manha, mortas porque a gente falou ate umas 3h). Entao eu fiz brigadeiro porque que faz um sucesso danado por aqui e ela me fez uma autentica Paella espanhola que estava uma delicia – ate salivei agora escrevendo esse texto e lembrando do sabor – vamos a receita que ela me deu um dia antes de partir, escrita num guardanapo do McDonalds (tenho a foto postada aqui para comprovar), so para garantir que eu teria essa receita para postar.

Ingredientes:
2 dentes de alho
1 cebola
1 tomate
Pimentao verde e vermelho
Acafrao (de preferencia o verdadeiro acafrao)
Bay leave (que eu ainda nao sei o que e em portugues)
Sal a gusto
Pimenta a gosto
Carne/ frango/frutos do mar – cerca de 50g por pessoa
2 cenouras
Aspargos
Cogumelos e ervilhas – opcionais
Arroz – 2 maos cheias por pessoa
1 copo de vinho branco
Batata – opcional 1 ou 2

Fazer um “sofrito” – refogar muito bem a cebola com o alho, adicionar o tomate, o sal, a pimenta e a bay leave. Quando tudo estiver cozido acrescente a carne/ frutos do mar, os vegetais e o acafrao. Mexer bem para dourar e adicionar o vinho branco, mexer e deixar evaporar o alcool. Acrescentar alho triturado misturado com meio copo de agua fria e deixar um pouco. Acrescentar agua ate cobrir tudo. Se for usar a batata coloque nesse momento e depois de 10 minutos coloque o arroz e deixe por aproximadamente 18 minutos.

Esta pronto!

Bem, agora que voce ja curtiu esse texto, ja fez a Paella? Entao, da um pulinho no roteiro Manchester e Liverpool e programme uma viagem pelo Reino Unido vai?!

Divirtam-se! 

As fotos? vou ficar devendo o passo a passo porque a Paella foi preparada sem minha pessoa por perto. Agora tenho que achar a foto do prato pronto, essa eu tenho, mas ainda demoro um pouquinho para postar. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

E por falar em finger food…



Ha algumas semanas postei na pagina - Textos Interessantes - um texto sobre finger foods, aquelas coisinhas lindas cheias de sabor que viraram mania nas festas de casamento, aniversario e coqueteis que, por sua praticidade e elegancia, cairam no  paladar inclusive das pessoas mais requintadas. Entao, trabalhando aqui na Italia, eu vi alguns tipos servidos tambem em casamentos, mas duas receitas em especial, me chamaram a atencao pela beleza e praticidade, alem do sabor, e claro.


A qualidade das fotos nao
esta boa porque o casamento
estava acontecendo no momento
das fotos... ou
vice  versa...

Caprese Diferente (15 porcoes)


3 tomates sem pele
150 gramas de cream cheese
150 gramas de ricota ou requeijao cremoso
Sal e pimenta a gosto
Folhas de manjericao

Meia folha de gelatina sem sabor dissolvida e amassada – a ideia da gelatina e para deixar firme sem endurecer. 

Amasse os tomates e passe por uma peneira – a receita original e feita passando por um moedor de carnes, mas nem todo mundo dispoe de um em casa – depois acrescente a gelatina ao molho de tomate, tempere com sal e pimenta a gosto e coloque em copinhos transparentes. Leve a geladeira ate ficar firme. Aproximadamente 1h.

Misture os queijos. Com a ricota fica mais firme e light, com o requeijao mais cremoso e gordo. A consistencia deve ser de uma pasta cremosa. Tempere com sal e coloque por cima do molho de tomate que ja deve estar firme. Decore com uma folhinha de manjericao e mantenha na geladeira ate a hora de servir .

E uma receita pratica, leve e fresca. Ideal para o verao e para ajudar a manter a forma!

Fantasia de Verduras Cruas (15 porcoes)
2 Cenouras cortadas em tiras
4 aipos
1 Pimentao vermelho em tiras
1 Pimentao amarelo em tiras
1 pepino grande ou 2 pequenos (sem  o miolo)
Rabanetes cortados em 4 (calcule 1/4 para cada porcao)
Salsao cortado em tiras
Aqui se usa tambem o Finnochio (le-se finoquio) que e a erva doce fresca, como no Brasil nao temos essa facilidade... fica na imaginacao.

acho que essa foto nao esta
assim tao boa! :P 
para o creme base
Cream cheese
Iogurte natural, creme de leite ou requeijao cremoso

Esse finger food e interessante porque na verdade voce pode fazer com qualquer tipo de verdura que se come crua e vai bem com queijo. Corta todas as verduras em comprimento do dobro do tamanho do copo onde vai ser servido com espessura de aproximadamente 1 cm.

Faca um creme de queijo com cream cheese e iogurte natural se quiser mais light ou crème de leite se quiser mais consistente e gordo. Pode usar tambem requeijao cremoso ou ricota. Os queijos que voce misturar devem ser cremosos para fazer um creme que sera a base do finger food. A sua escolha. Misture e tempere com sal e pimtenta a gosto. Se desejar pode acrescentar tambem uma mistura de ervas trituradas (cebolinha, salsinha, coentro, alecrim, enfim as ervas que te agradam) e juntar ao creme de queijo.
Esses copinhos sao de vidro,
mas os de plastico transparentes
ficam bem legais.

nao e fofo? 
Colocar a mistura de queijo em um saco plastico ou saco de confeiteiro e cortar o bico. Forrar o fundo do copo com uma espessura de 1,5 a 2cm  do creme. Dispor as verduras cortadas dentro do copo. Normalmente cenoura e aipo se colocam duas fatias e as outras apenas uma. Colocar um quarto do nabo. E para decorar usar uma reducao de azeite balsamico ou um pouco de shoyo.

Esse tambem e um finger food fresco e light, super colorido que fica otimo para servir como entrada em uma reuniao de amigos ou numa festa.

E como sempre, qualquer duvida, enviem emails.
beijos

Dica se quiser cortar as verduras antes e montar depois, coloque-as numa vasilha com agua e gelo por alguns minutos, assim elas permanecem crocantes e firmes. 

sábado, 16 de junho de 2012

Bavarese de morango, de cafe, de chocolate... do que te der na telha!


Desde que cheguei a Italia nao postei nenhuma receita e, fazendo um curso de culinaria Italiana isso soa meio estranho, eu sei. Mas voces nao imaginam a loucura que e uma escola de culinaria. Eu nao consegui fotografar o passo a passo de nenhuma receita, porque tem que prestar atencao e fazer e pensar em outra lingua e fazer tanta coisa ao mesmo tempo que nao sobra um minuto  para fotografar. No mais as receitas que aprendi sao, na maioria, um pouco menos simples do que as receitas que sempre posto aqui (para nao dizer bem mais trabalhosas) e – como a proposta inicial do blog e de receitas faceis para auxiliar no dia a dia daquelas pessoas que nao gostam de receitas complicadas ou que nao tem tempo para esperar 1h a massa descansar, por exemplo -  fogem totalmente do padrao.

Agora o curso terminou e eu estou fazendo um estagio num hotel 5 estrelas em uma cidade – minuscula - da Toscana italiana. A cidade, se e que eu realmente posso chamar assim, tem pouco mais que 15 km2 de area total (pode ser dificil de acreditar, mas depois da 3a pedalada eu ja estou em outra cidade). Ainda nao consigo fotografar o passo a passo, mas tenho aprendido algumas receitas bem gostosas que sao um pouco menos trabalhosas e podem encaixar-se na proposta do blog.

Essa receita que vou postar e a pedidos… Postei a foto do facebook e a galera surtou. E um doce de origem francesa, mas eu aprendi aqui na Italia, entao la vai…

Ingredientes: 

200 g de morango batido (puro)
90 g de acucar
3 gemas
250 ml de leite
400 ml de creme de leite batido quase em ponto de suspiro, nao pode ser muito firme
5 folhas de gelatine sem sabor diluidas em agua e espremidas (espremer na hora de usar)
1 pitada de baunilha

Bater as gemas, o acucar e a baunilha ate ficar firme. Aquecer o leite, sem deixar ferver e adicionar ao composto anteriormente preparado, mexer bem e voltar ao fogo ate alcancar a temperatura de 82 graus – dizendo o chef que isso nao tem jeito, tem que medir com termometro porque se passar dessa temperatura estraga o doce, aqui eu nao tenho como testar, mas li vaaaarias receitas e vi que o pessoal varia muito. Tem gente que leva ao fogo ate quase o ponto de ebulicao, aquele momento em que voce sabe que o leite esta `querendo comecar a ferver`, pra mim faz todo o sentido-  retirar do fogo assim que atingir a temperature (ou no caso de nao ter o termometro, esse ponto).

Acrescentar a gelatina e mexer bem. Deixar esfriar e acrescentar o creme de leite montado misturado com o molho de morango (morango batido).

Enformar – pode ser uma forma maior ou forminhas individuais – e levar a geladeira por aproximadamente 30 a 45 minutos (ver consistencia, deve ficar firme). Decorar a gosto.
Dica: para desenformar voce epode colocar a forma em agua fervente por mais ou menos um minute ou molhar a forma antes de enformar e forrar com filme plastico.

Variacoes:

Pode ser feito com qualquer fruta, sempre na mesma quantidade. Para as frutas com pouca agua, acrescentar pouquissima, so para facilitar bater.

Café – expresso 100 ml
       Soluvel 2 a 3 colheres de sopa

Bavarese individual ao cafe

Cacau – 3 colheres de sopa

Lembrando que as quantidades podem ser aumentadas ou diminuidas dependendo do seu gosto.

Devem ser misturados ao leite.

Qualquer tipo de castanha 200 g – deve ser triturada e misturada ao creme batido no final, como a fruta.

E, eu sei… o tal do termometro complica um pouco. E dessa vez e voce quem vai ter que testar a temperatura do leite para me dizer como foi, mas tirando isso e uma sobremesa bem facil, ideal para o verao por ser fresca e leve. No mais, a quantidade de acucar e pouca, entao nao fica enjoativa – o que pode ser um problema ne? da vontade de comer mais – mas o resultado e garantido.


Bem,  e isso. Primeiro post de receitas que tenho aprendido na Italia. Agora vou tentar voltar a postar mais frequentemente, se o ritmo permitir porque gente nao e por nada nao, mas eu estou trabalhando como um cavalo, daqueles de fazenda do interior onde so tem um cavalo que faz tudo sabe? rs rs rs rs Nao sobra muito tempo para fazer tudo o que quero como: viajar para as cidades vizinhas no unico dia de folga que tenho na semana, escrever, tirar varias fotos, falar com meu povo no Brasil, na Escocia, nos Estados Unidos (considerando a diferenca de fuso horario isso tem sido um problema), reencontrar o pessoal do curso, alimentar meu novo vicio – pedalar – ah e dormir porque eu preciso.

Quem fizer por favor posta aqui um comentario! 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Salada verde a Edimburgo



Peco desculpas aos meus queridos leitores, mas ando sem inspiracao. Esquisitissimo admitir isso porque eu sempre tenho inspiracao para escrever e, quando deixei o Brasil em 12/02 desse ano, tinha a intencao de continuar postando semanalmente – inclusive porque achei que essas viagens todas me manteriam bem inspirada – mas a falta de tempo e alguma outra coisa nao tem contribuido tanto assim para me manter inspirada. As palavras me faltam…

Quem leu o texto sobre Edimburgo pode pensar que eu estou doida quando digo isso porque o texto ficou bem grandinho de tanto que falei, mas alguma coisa esta faltando. Nesse momento estou fazendo um curso de culinaria italiana em Lucca, na Toscana. O curso e de segunda a sexta das 9:30 as 14:30, tudo o que produzimos pela manha consumimos no almoco e no jantar, entao depois do almoco eu pego uma bicicleta e vou ao centro `estudar` italiano. Passo as tardes perambulando pela cidade conversando com os vendedores nas lojinhas de qualquer artigo nessa vida. Pergunto, falo, experimento… Uma forma deliciosa de aprender italiano! As vezes vou a alguma cidadezinha vizinha – dessas cidades italianas bem minusculas que ninguem conhece ou ouviu falar – so para conhecer e parlar… Ah, e experimentar o gelato, afinal preciso saber reconhecer o melhor!

Estar na Italia e nao falar sobre comida e uma coisa um tanto controversa. A Italia respira comida! Tudo aqui gira em torno da boa alimentacao, regado sempre a um bom vinho, claro! E – provavelmente porque eles sao muito bons nisso – para a maioria das pessoas a primeira coisa que vem a cabeca quando se pensa em gastronomia italiana e massa. Talharim, pene, rigatone, nhoque, espaguete, capelete, etc e tal regados aos mais diversos molhos bolonhesa, sugo, funghi, alho e oleo e claro, nao podemos esquecer a queridinha no mundo todo: a pizza. A verdade e que a gastronomia italiana e bem diversificada e as massas sao apenas uma parte dessa cozinha tao apreciada em cada continente. Tenho aprendido muito com o curso e esses dias uma amiga me deu uma ideia que vou experimentar a partir dessa semana: a cada semana vou escolher uma receita para escrever sobre e postar aqui.

Para essa semana ainda nao tenho uma receita eleita, entao resolvi trazer a voces uma receita simples que tenho sentido saudades diariamente: salada verde em Edimburgo. Quando estava na casa da Mara, na Escocia, comiamos salada quase que diariamente. A salada era sempre simples, mas muito saborosa: mix de folhas verdes rasgadas a mao (alface crespa e americana, rucula, acelga) , tomates cereja cortados ao meio e algum tipo de embutido que voce goste rasgado (presunto, salame, mortadela, etc). Usavamos azeite, pimenta do reino moida na hora, sal e sazon para tempera, as vezes limao. Queijo parmesao ralado na hora e pronto! E so isso. Eu sei que tem gente que se pergunta porque eu resolvi postar essa receita. Porque aqui na Italia, nao tenho comido tanta salada e morro de saudades. No mais, sim, tem gente que nao tem a menor ideia de por onde ir para fazer uma salada. Normalmente faziamos alguma carne grelhada para acompanhar a salada e as vezes um vinho branco.

Acho que, por mais que a Italia tenha essa magia que apetece a todos e o clima da Escocia seja `bruto` como se diz em italiano, estou com saudades de Edimburgo! 

Obs: a Mara vivia rindo de mim, sempre com a maquina tirando foto de tudo quanto era comida nessa vida...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Estrogonofe de Camarao e Memorias

Vou comecar esse texto me desculpando com voces meus queidos leitores, com tanta mudanca na minha vida, acabei por deixa-los temporariamente de lado. Acho que nem todos sabem, mas agora estou morando na Escocia e esses ultimos tempos foram de preparacao para esse grande passo na minha vida. Ainda nao estou com tudo resolvido, mas vou tentar voltar a postar regularmente (todas as semanas). Espero que curtam essa receita (temporariamente sem fotos porque a Rosinha ainda nao me enviou), que e deliciosamente especial e simples. Com o adicional do que eu for vivendo por aqui!
beijos


Lavou os camarões  sem casca – 300g aproximadamente - e os colocou na panela com a água que já fervia há alguns minutos. Retirou-os quando estavam rosados, uns 3 minutos depois de tê-los colocado, e lavou-os com água fria para parar o cozimento.

Enquanto colocou 1 colher de sopa de azeite e 1 cebola média em cubos e começou a mexer até a cebola murchar, abriu o envelope que pegou na caixinha do correio. Coração em festa! Havia lido centenas de cartas com aquela letrinha inconfundível em sua adolescência/juventude.

Conheceram-se – ela e Kátia Maria – aos 12 anos, ambas, quando esta havia vindo morar em Brasília com a irmã mais velha, Zezé. Foi a primeira vez em que ouviu alguém falar de São Luís do Maranhão com tanta paixão: a ilha do amor.

Imersa em suas lembranças, quase deixou a cebola queimar, nesse momento adicionou 1 xícara de vinho branco seco e quando o álcool evaporou colocou 2 caixinhas de creme de leite e mexeu vigorosamente até incorporar. Corrigiu o sal e a pimenta, colocou os camarões e apagou o fogo. Acrescentou cheiro verde bem picadinho e experimentou: estava perfeito. O sabor era como se lembrava de ter apreciado esse prato feito por um amigo da Alessandra, que é amiga da Kátia Maria, numa das vezes em que voltou a São Luís. E perdeu-se nas recordações novamente...

Depois de alguns meses de intensa amizade, a Kátia teve que voltar para casa. Trocaram endereço e telefone e prometeram escrever-se com frequencia. E assim aconteceu.

Telefonavam-se de 2 a 3 vezes ao ano: 14 de abril, 14 de outubro e 25 de dezembro – aniversário de uma e outra e natal. Trocaram muito mais que simples correspondências por anos e anos. Havia histórias, segredos, as mais profundas confidências e desejos, banalidades, sonhos, experiências. Um pouco de tudo era registrado naquelas cartas. E cumplicidade, muita cumplicidade.
 
Folhas de caderno, papéis de carta decorados e até guardanapos de bares e restaurantes formaram aquele acervo com a história de cada uma. Reencontraram-se pela primeira vez depois de 17 anos, quando resolveu sair de Brasília rumo a São Luís: 36 horas de ônibus. Mas valia a pena, havia acabado de se formar em Turismo e ia finalmente reencontrar a amiga querida. Conheceria enfim a famosa ilha do amor e os lugares sobre os quais lera e imaginara tantas e tantas vezes naquelas deliciosas cartinhas. Conheceria os familiares e amigos da amiga, e seus filhos. Em momento algum teve medo de que as coisas não fossem como antes, sabia que apesar de tantos anos afastadas a amizade havia se solidificado.
 
O reencontro foi delicioso, como não podia deixar de ser. A amiga e seus filhos a levaram a descobrir cada pedaço da ilha: a Praia Grande, o Centro Histórico, o Bar do Rui, as infindáveis praças, as praias – Litorânea, Marcela – e seus arredores: São José de Ribamar, as praias do Raposo e Panaquatira. Uma vez foi parar em Barreirinhas com Kátia, e encantou-se com a beleza dos Lençóis Maranhenses quando esses ainda nem haviam sido ‘enrugados’ pelo turismo de massa.
 
Experimentou de tudo: arroz de cuxá, peixe pedra, geleia de pimenta, ostra, caranguejo com arroz de toucinho e o camarão seco feito de várias formas. A torta de camarão seco feita com ovos batidos e assada em forno médio (é só isso mesmo) é inesquecível. 

São Luís pode até ser chamada de ilha do amor pelos seus habitantes, mas para ela era muito mais que isso: era terra de alegria, gente querida, boa comida, grandes belezas e um dos lugares escolhidos para passar a lua-de-mel.

Foi retirada de suas memórias com o barulho das chaves do marido abrindo a porta. Beijou-o, fechou o envelope e, enquanto servia a mesa lembrou-se de que foi a internet com os tais e-mails que lhe tiraram a deliciosa sensação de esperar por uma cartinha de um amigo querido, de abrir a caixinha do correio ansiosa pela chegada de notícias e novidades, coisas boas ou não. Ah.... as velhas e deliciosas cartinhas!

Obs.: Para acompanhar bastam arroz branco e batata palha. Refiz essa receita pouco antes de deixar o Brasil, na casa da Rosinha. Foi um almoco para nos duas e mais a Edna. Ficou uma delicia, o sabor me encheu de memorias. Agora e so aguardar e pedir a Deus que um dia essas fotos realmente cheguem.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Desculpem

Meus queridos amigos e leitores,

por favor desculpem minha ausência durante esse mês, é que com os preparativos para a mudança não tenho conseguido tempo, mas vou me organizar e assim que possível voltarei a postar regularmente. A próxima receita é um estrogonofe de camarão fantástico que aprendi em São Luís, só estão faltando as fotos.
um beijo e obrigada pela fidelidade e paciência.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Brasília, 01 de janeiro de 2012.

Involtine de Melanzane

“Esse blog não se destina a críticas, mas quando o lugar merece podemos tecer elogios e compartilhar, para que mais pessoas possam experimentar, avaliar e compartilhar!”

No primeiro dia do ano, bem como no dia 25 de dezembro, normalmente está tudo fechado em Brasília. A cidade parece um deserto. Como se todo mundo o tivesse debandado sem olhar para trás: ou o povo está curtindo a ressaca ou está descansando por ter ralado muuuuito na noite anterior. E para quem deseja fazer alguma coisa fora de casa a complicação é grande. Mas no primeiro dia desse ano, minha mãe me convidou para almoçar e resolvemos sair à caça de um lugar aberto para tal fim.  

Resolvemos entrar em cada comercial da Asa Sul até encontrar um restaurante que nos agradasse para o primeiro almoço do ano. Nossa busca, porém, não demorou muito. Passamos pela 216/15 e pela 214/13 sem nos dar o trabalho de entrar, pois nada nos veio à memória situado nessas quadras. Resolvemos começar pela 212 sul, onde me lembrei, havia uma Confraria do Camarão. Para nossa surpresa, porém, no lugar da casa especializada nesse fruto do mar que me rouba a atenção, havia uma cantina italiana: Hostaria Dei Sapori. E a melhor parte: estava aberta! Decidimos descer e conhecer o cardápio.

Logo de cara gostamos do ambiente, aconchegante e acolhedor, embalado por música italiana proveniente de uma rádio italiana, e com uma decoração simples e agradável. Giuseppe, um dos donos do restaurante, nos recebeu à entrada e foi bem simpático. Deu-nos o cardápio e a carta de vinhos para conhecer e nos deixou bem a vontade.

Tipicamente italianos, os pratos que compõem o cardápio deixaram-me com água na boca já nesse momento. Optamos por ficar. Até porque, era uma bênção divina encontrar um lugar tão gostoso aberto no dia primeiro de janeiro, melhor não perder tempo procurando outras coisas e se arriscar a encontrar qualquer botequim de esquina.

Quando entramos na Sala Colosseo, onde ficam as mesas, gostamos mais ainda do ambiente pitoresco que encontramos. Várias fotos da Itália compõem a decoração leve do lugar. Sentamo-nos a uma mesa de frente para a rua, bem no cantinho. Pedimos um vinho italiano – claro - e começamos por degustar um pão italiano (isso está ficando muito repetitivo? rs rs) feito na casa. Por mim podia parar por aí! O pão é perfeitamente saboroso! Pão e vinho já me bastariam, mas o lugar guarda sabores muito mais elaborados em seu menu. E o chef nos surpreendeu com uma cortesia de lentilhas, para começar bem o novo ano. Bom, muito bom!
Atum e Salmão cru

Pedimos o menu degustação para duas pessoas – que no nosso caso serviria três com certeza – composto por 2 entradas, 2 primeiros pratos (massas), 2 segundos pratos (normalmente carnes) e 2 sobremesas. É muita comida, mas não tinha nada que não estivesse realmente delicioso. Duas coisas porém, me chamaram a atenção de maneira extraordinária: o Involtine de Melanzane – finas fatias de berinjela, recheadas de camarões e gratinadas com queijo parmesão – e o Risoto de Lagostim, com um sabor amanteigado peculiar que mantém leveza. Ambos de sabores suaves, porém marcantes. As berinjelas derretem na boca, liberando um sabor único devido à mistura com o camarão. É perfeito!
Fritto Misto e Fritatta com beringela e abobrinha
e um creme levemente temperado
Penne ao pesto e Risoto de Lagostim

Schiacciato de chocolate,
Panna Cota e
Tiramissú
De sobremesa experimentamos um trio: Tiramissú, Pana Cota e Schiacciato de chocolate. Tudo estava sinceramente delicioso, mas é claro que o Tiramissú arrebatou meu coração e me fez inclusive, pedir mais um pedacinho. É um manjar dos deuses!

Tiramissú, o rei do meu paladar doce!
Para completar essa experiência gastronômica o atendimento do local é realmente bom. Os garçons são muito atenciosos e Giuseppe veio à mesa continuamente para saber se estávamos sendo bem servidas e se estava tudo agradável. Ao que nossa resposta foi sempre: sim!

Ok, não posso simplesmente ficar babando o lugar sem comentar sobre os preços. Vocês devem estar curiosos para saber esse “detalhe”. Bem, os preços são justos. Pelo tamanho das porções e pelo sabor que você degusta a cada garfada, os valores fazem jus ao conjunto: ambiente, comida e serviço.

Nessa mesma semana levei minha amiga Shirley para conhecer o local e ela não se arrependeu, na verdade já quer marcar um retorno para experimentar outras delícias daquele cardápio!

O que sei dizer, querido leitor, é que essa experiência gastronômica fez com que o primeiro dia desse ano de 2012 fosse inesquecível e, se a culinária italiana é agradável ao seu paladar e você está procurando um bom lugar para degustá-la, procure a Hostaria Dei Sapori e depois poste aqui seu comentário. Asseguro-lhe de que não se arrependerá. 
Feliz Ano Novo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Cheese Cake com Deus


Uma das coisas que mais a acalmava era caminhar na areia da praia. A praia lhe trazia uma sensação de proximidade de Deus absurda! Ao longo dos anos, sem perceber, tinha criado um ritual: quando chegava à praia – qualquer praia que fosse – retirava as chinelas e pisava a areia com vontade. Aquilo lhe dava uma sensação de bem estar incomparável. Depois, procurava uma mesa, tirava a roupa e sentava-se com os pés literalmente afundados na areia, de frente para o mar. Impagáveis, momentos como esse!
A forma não precisa ser forrada,
nesse caso forramos a forma por motivos
particulares. 

Depois de algum tempo, ia caminhar na praia. Normalmente deixava os outros na mesa e saía. Sozinha. Sozinha? Não, sempre em companhia do ‘seu amigo Deus’. Aquele era um momento de intimidade único. Alícia conversava com Deus. Na verdade, conversava com Ele diariamente, mas aqueles momentos eram sem explicação. Ela simplesmente sentia uma presença fortíssima, uma vontade intensa de conversar por horas e horas e horas... agradecia. Pedia. Agradecia mais. Conversava com seu amigo. Agradecia de novo. Mergulhava. Convidava seu amigo para entrar no mar. Conversava mais. Cantava e dançava com seu amigo. Agradecia outra vez. E com Ele divertia-se muitíssimo. Era notável.

Conversavam sobre vários assuntos. Naquele período em especial, Alícia sentia-se profundamente grata. Então a maioria das conversas era para agradecer. Agradecer pela vida, pelos amigos, pela família, pelas oportunidades. Pelo fechamento de um ciclo. Longuíssimo. Agradecia até pelo que pedia mesmo sem ainda ter conseguido. Nessas conversas tomava decisões, pedia opiniões e discutia ideias e receitas. E foi numa dessas conversas que surgiu uma ideia de testar essa receita que havia visto já há algum tempo.

Chegou em casa, abriu o pen drive e começou a ler a receita:

Cheese Cake Romeu e Julieta

Massa

200g de biscoito de maisena triturado no liquidificador
3 colheres de sopa de manteiga derretida
·         Misture os dois ingredientes até formar uma farofa úmida
·         Forre uma forma de aro removível com +/- 20cm de diâmetro - fundo e lateral - asse por aproximadamente 5 minutos e reserve.

Recheio

¾ de xícara de leite bem quente
3 colheres de sopa de manteiga
3 ovos
400g de ricota
1 lata de leite condensado
·         Misture a manteiga no leite quente, coloque no liquidificador e aos poucos vá acrescentando a ricota, os ovos e o leite condensado, batendo bem.
·         Coloque sobre a massa e asse em forno médio, por aproximadamente 30 minutos ou até que fique bem firme, sem deixar queimar a massa.

Geléia de Goiaba
·         Corte pequenos pedaços de goiabada, acrescente um pouco de água e ferva, para deixar bem mole.
·         Deixe esfriar e coloque sobre a torta
·         Leve à geladeira e sirva gelado.

Também seria possível substituir a geleia de goiaba por geleia de morangos, framboesa, cereja, frutas vermelhas... Mas aí não seria Romeu e Julieta... Bem, mas não seria um problema realmente. Afinal de contas, morangos picadinhos misturados com geleia de morangos e cobrindo um delicioso Cheese Cake... Não, isso não podia dar errado. Assim sendo, pegou um pote de geleia de moragos, juntou uma caixa de morangos picados e um pacotinho de gelatina sem sabor dissolvida e colocou essa mistura por cima do bolo.

Terminada a torta, Alícia serviu duas porções: uma para ela, outra para seu amigo Deus. Sentaram-se na varanda e olhando aquele belo por do sol, degustaram em silêncio aquela delícia. A textura do recheio era macia, leve e saborosa, enquanto a massa parecia estar ali apenas para dar suporte aquele doce. Macia e consistente, a massa era agradável às papilas gustativas. Mesmo não sendo goiabada e queijo, eram um perfeito Romeu e Julieta, porque um realmente completava o outro.


Era a sobremesa perfeita para degustar em companhia tão nobre e agradável. Aliás, na companhia mais agradável que poderia pensar. Pra falar a verdade, era uma sobremesa perfeita, em qualquer ocasião!