Foi no Icaraí-CE que nasceu a Pasta Rústica de Alho. A Rê conseguiu
emprestada uma casa de praia num condomínio super gracinha (assim como ela) com
uma piscina enorme bem de frente para a casa e com vista para o mar – a vista
era algo discutível, mas subindo na mureta da varanda atrás da casa, a gente
via o mar. A praia do Icaraí já foi bem melhor, mas quem liga? O importante é
estar com pessoas queridas num lugar bem gostoso. E mar é mar.
Saímos no sábado: eu, a Cri, a Rê e a Liana. Fomos no carro da Liana
até o Icaraí, deixamos as coisas na casa e caminhamos – sim, caminhamos – até a
praia do Icaraí, aquela que não está mais grandes coisas. Apesar do mar estar
um tanto forte e ter pedras tão grossas como cacos de vidro na praia, foi bem
divertido. Mas nada se comparou a chegar ao condomínio e cair naquela piscina
deliciosa depois de um dia de praia. Ficamos ali conversando besteiras quando a
Rê teve a brilhante ideia de fazermos um churrasco. A concordância foi geral:
saímos, compramos carne, grelha e carvão e o churrasco rolou até mais tarde.
No domingo, fomos até a praia da Tabuba, um tanto melhor. Não comemos
nada na barraca e voltamos para fazer um novo churrasco na varanda atrás da casa.
Na piscina, eu tive a ideia de fazer uma pasta de alho, mas não tínhamos alho.
Então a Cri sugeriu eu usar toda a minha carinha de madeira e pedir no bar do
condomínio uns 2 dentes de alho. E não é que a ideia deu certo? A mulher do bar
me cedeu os alhos sem pestanejar. Só que também não tínhamos os outros
ingredientes que normalmente usamos para fazer a pasta de alho (creme de leite,
maionese e requeijão), mas tínhamos pão, muuuuuito pão.
Assim, misturei 2 pães carecas (aqueles de cachorro quente) em meio
copo de leite (aproximadamente 100 ml) e com um garfo bati até ficar homogêneo
e reservei. Piquei os 2 dentes de alho em pedacinhos bem pequenos. Por sugestão
da Cri – estava sugestiva a pessoa -
piquei meia cebola e um pedaço de queijo coalho em pedaços bem pequenos
e misturei com o alho, a cebola e o queijo. Temperei tudo com azeite, sal e
orégano e adicionei a mistura de pão com leite mexendo bem. Passei a mistura em
abundância em uma fatia de pão de forma e cobri com outra fatia, como se fosse o
recheio de um sanduíche e a Cri colocou na grelha.
Quando o pão estava dourado dos dois lados, ela tirou e cortou em
pedaços pequenos. Servimos. Comemos. Nos entreolhamos. Olhamos para as meninas
e sim, a aprovação foi geral. Estava escrito nas carinhas delas. Aquele foi o
melhor pão de alho que já comi em toda a minha vida! Foi opinião unânime, todas
gostamos. O negócio ficou tão bom que ali, naquele momento ficou decidido que
entraria para o blog. Não tinha como ficar de fora. Ficou perfeito em sabor e textura.
Imediatamente a batizei de Pasta Rústica de Alho. Criação própria.
Passamos mais algum tempo ali antes de retornar a Fortaleza. E aquela
Pasta Rústica de Alho ficou na lembrança, deixando aquele gostinho de quero
mais de que tanto gosto. Na vida isso é uma das coisas que valem a pena: comer
gostoso na companhia dos amigos em um lugarzinho pitoresco! (a Rê adora essa
palavra!)
E eu tenho do que reclamar?
Variação 1: Pasta de alho misture iguais medidas de creme de
leite (½ caixa), maionese (½ pote) e requeijão (½ copo), com 2 a 3 dentes de alho
e bater tudo no liquidificador/processador. A quantidade de ingredientes depende da
quantidade de pasta desejada.
Variação 2: Pasta de alho light: 1/3 de ricota, 1 pote de iogurte natural, 2 a 3
dentes de alho. Bata tudo no liquidificador ou processador.
Essa base de ricota com iogurte natural serve para fazer pasta de sabores variados: azeitona, atum, peito de peru defumado... depende do gosto e da criatividade.
Para todas as receitas, a quantidade de dentes de alho
depende do gosto de cada um, quanto mais alho, mais picante.
Se desejar acrescente orégano e/ou pimenta do reino ou
calabresa às pastas.