sábado, 7 de janeiro de 2012

Brasília, 01 de janeiro de 2012.

Involtine de Melanzane

“Esse blog não se destina a críticas, mas quando o lugar merece podemos tecer elogios e compartilhar, para que mais pessoas possam experimentar, avaliar e compartilhar!”

No primeiro dia do ano, bem como no dia 25 de dezembro, normalmente está tudo fechado em Brasília. A cidade parece um deserto. Como se todo mundo o tivesse debandado sem olhar para trás: ou o povo está curtindo a ressaca ou está descansando por ter ralado muuuuito na noite anterior. E para quem deseja fazer alguma coisa fora de casa a complicação é grande. Mas no primeiro dia desse ano, minha mãe me convidou para almoçar e resolvemos sair à caça de um lugar aberto para tal fim.  

Resolvemos entrar em cada comercial da Asa Sul até encontrar um restaurante que nos agradasse para o primeiro almoço do ano. Nossa busca, porém, não demorou muito. Passamos pela 216/15 e pela 214/13 sem nos dar o trabalho de entrar, pois nada nos veio à memória situado nessas quadras. Resolvemos começar pela 212 sul, onde me lembrei, havia uma Confraria do Camarão. Para nossa surpresa, porém, no lugar da casa especializada nesse fruto do mar que me rouba a atenção, havia uma cantina italiana: Hostaria Dei Sapori. E a melhor parte: estava aberta! Decidimos descer e conhecer o cardápio.

Logo de cara gostamos do ambiente, aconchegante e acolhedor, embalado por música italiana proveniente de uma rádio italiana, e com uma decoração simples e agradável. Giuseppe, um dos donos do restaurante, nos recebeu à entrada e foi bem simpático. Deu-nos o cardápio e a carta de vinhos para conhecer e nos deixou bem a vontade.

Tipicamente italianos, os pratos que compõem o cardápio deixaram-me com água na boca já nesse momento. Optamos por ficar. Até porque, era uma bênção divina encontrar um lugar tão gostoso aberto no dia primeiro de janeiro, melhor não perder tempo procurando outras coisas e se arriscar a encontrar qualquer botequim de esquina.

Quando entramos na Sala Colosseo, onde ficam as mesas, gostamos mais ainda do ambiente pitoresco que encontramos. Várias fotos da Itália compõem a decoração leve do lugar. Sentamo-nos a uma mesa de frente para a rua, bem no cantinho. Pedimos um vinho italiano – claro - e começamos por degustar um pão italiano (isso está ficando muito repetitivo? rs rs) feito na casa. Por mim podia parar por aí! O pão é perfeitamente saboroso! Pão e vinho já me bastariam, mas o lugar guarda sabores muito mais elaborados em seu menu. E o chef nos surpreendeu com uma cortesia de lentilhas, para começar bem o novo ano. Bom, muito bom!
Atum e Salmão cru

Pedimos o menu degustação para duas pessoas – que no nosso caso serviria três com certeza – composto por 2 entradas, 2 primeiros pratos (massas), 2 segundos pratos (normalmente carnes) e 2 sobremesas. É muita comida, mas não tinha nada que não estivesse realmente delicioso. Duas coisas porém, me chamaram a atenção de maneira extraordinária: o Involtine de Melanzane – finas fatias de berinjela, recheadas de camarões e gratinadas com queijo parmesão – e o Risoto de Lagostim, com um sabor amanteigado peculiar que mantém leveza. Ambos de sabores suaves, porém marcantes. As berinjelas derretem na boca, liberando um sabor único devido à mistura com o camarão. É perfeito!
Fritto Misto e Fritatta com beringela e abobrinha
e um creme levemente temperado
Penne ao pesto e Risoto de Lagostim

Schiacciato de chocolate,
Panna Cota e
Tiramissú
De sobremesa experimentamos um trio: Tiramissú, Pana Cota e Schiacciato de chocolate. Tudo estava sinceramente delicioso, mas é claro que o Tiramissú arrebatou meu coração e me fez inclusive, pedir mais um pedacinho. É um manjar dos deuses!

Tiramissú, o rei do meu paladar doce!
Para completar essa experiência gastronômica o atendimento do local é realmente bom. Os garçons são muito atenciosos e Giuseppe veio à mesa continuamente para saber se estávamos sendo bem servidas e se estava tudo agradável. Ao que nossa resposta foi sempre: sim!

Ok, não posso simplesmente ficar babando o lugar sem comentar sobre os preços. Vocês devem estar curiosos para saber esse “detalhe”. Bem, os preços são justos. Pelo tamanho das porções e pelo sabor que você degusta a cada garfada, os valores fazem jus ao conjunto: ambiente, comida e serviço.

Nessa mesma semana levei minha amiga Shirley para conhecer o local e ela não se arrependeu, na verdade já quer marcar um retorno para experimentar outras delícias daquele cardápio!

O que sei dizer, querido leitor, é que essa experiência gastronômica fez com que o primeiro dia desse ano de 2012 fosse inesquecível e, se a culinária italiana é agradável ao seu paladar e você está procurando um bom lugar para degustá-la, procure a Hostaria Dei Sapori e depois poste aqui seu comentário. Asseguro-lhe de que não se arrependerá. 
Feliz Ano Novo!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Cheese Cake com Deus


Uma das coisas que mais a acalmava era caminhar na areia da praia. A praia lhe trazia uma sensação de proximidade de Deus absurda! Ao longo dos anos, sem perceber, tinha criado um ritual: quando chegava à praia – qualquer praia que fosse – retirava as chinelas e pisava a areia com vontade. Aquilo lhe dava uma sensação de bem estar incomparável. Depois, procurava uma mesa, tirava a roupa e sentava-se com os pés literalmente afundados na areia, de frente para o mar. Impagáveis, momentos como esse!
A forma não precisa ser forrada,
nesse caso forramos a forma por motivos
particulares. 

Depois de algum tempo, ia caminhar na praia. Normalmente deixava os outros na mesa e saía. Sozinha. Sozinha? Não, sempre em companhia do ‘seu amigo Deus’. Aquele era um momento de intimidade único. Alícia conversava com Deus. Na verdade, conversava com Ele diariamente, mas aqueles momentos eram sem explicação. Ela simplesmente sentia uma presença fortíssima, uma vontade intensa de conversar por horas e horas e horas... agradecia. Pedia. Agradecia mais. Conversava com seu amigo. Agradecia de novo. Mergulhava. Convidava seu amigo para entrar no mar. Conversava mais. Cantava e dançava com seu amigo. Agradecia outra vez. E com Ele divertia-se muitíssimo. Era notável.

Conversavam sobre vários assuntos. Naquele período em especial, Alícia sentia-se profundamente grata. Então a maioria das conversas era para agradecer. Agradecer pela vida, pelos amigos, pela família, pelas oportunidades. Pelo fechamento de um ciclo. Longuíssimo. Agradecia até pelo que pedia mesmo sem ainda ter conseguido. Nessas conversas tomava decisões, pedia opiniões e discutia ideias e receitas. E foi numa dessas conversas que surgiu uma ideia de testar essa receita que havia visto já há algum tempo.

Chegou em casa, abriu o pen drive e começou a ler a receita:

Cheese Cake Romeu e Julieta

Massa

200g de biscoito de maisena triturado no liquidificador
3 colheres de sopa de manteiga derretida
·         Misture os dois ingredientes até formar uma farofa úmida
·         Forre uma forma de aro removível com +/- 20cm de diâmetro - fundo e lateral - asse por aproximadamente 5 minutos e reserve.

Recheio

¾ de xícara de leite bem quente
3 colheres de sopa de manteiga
3 ovos
400g de ricota
1 lata de leite condensado
·         Misture a manteiga no leite quente, coloque no liquidificador e aos poucos vá acrescentando a ricota, os ovos e o leite condensado, batendo bem.
·         Coloque sobre a massa e asse em forno médio, por aproximadamente 30 minutos ou até que fique bem firme, sem deixar queimar a massa.

Geléia de Goiaba
·         Corte pequenos pedaços de goiabada, acrescente um pouco de água e ferva, para deixar bem mole.
·         Deixe esfriar e coloque sobre a torta
·         Leve à geladeira e sirva gelado.

Também seria possível substituir a geleia de goiaba por geleia de morangos, framboesa, cereja, frutas vermelhas... Mas aí não seria Romeu e Julieta... Bem, mas não seria um problema realmente. Afinal de contas, morangos picadinhos misturados com geleia de morangos e cobrindo um delicioso Cheese Cake... Não, isso não podia dar errado. Assim sendo, pegou um pote de geleia de moragos, juntou uma caixa de morangos picados e um pacotinho de gelatina sem sabor dissolvida e colocou essa mistura por cima do bolo.

Terminada a torta, Alícia serviu duas porções: uma para ela, outra para seu amigo Deus. Sentaram-se na varanda e olhando aquele belo por do sol, degustaram em silêncio aquela delícia. A textura do recheio era macia, leve e saborosa, enquanto a massa parecia estar ali apenas para dar suporte aquele doce. Macia e consistente, a massa era agradável às papilas gustativas. Mesmo não sendo goiabada e queijo, eram um perfeito Romeu e Julieta, porque um realmente completava o outro.


Era a sobremesa perfeita para degustar em companhia tão nobre e agradável. Aliás, na companhia mais agradável que poderia pensar. Pra falar a verdade, era uma sobremesa perfeita, em qualquer ocasião!