Quinta-feira,
janeiro de 2011. Xuxu tido uma semana daquelas... E ainda estava tendo. Tudo de
que precisava era de um convite do tipo irrecusável. E ele surgiu! Fim da
tarde, quase enlouquecida toca o celular e uma colega diz: “Seguinte,
quer ir para Caldas Novas com a gente? vai eu, Thaís, Mel e a Vanda. Você não
vai ter que pagar nada, só o que consumir lá. Gasolina, hotel, já está tudo
certo. O que me diz?”
E
o que mais ela poderia dizer senão sim?! Acertaram os detalhes da partida e
aguardou ansiosa. Na sexta-feira, por volta das 16:30h ela ligou informando que
sairiam por volta das 18h. Tinha que correr para casa, arrumar as coisas, tomar
um banho e estar pronta. Ela com certeza iria esquecer alguma coisa.
Chegaram
a Caldas por volta de 23h, foi quando se tocou que tinha esquecido os
apetrechos das lentes de contato... fazer o que né? Farmácia existe para
isso... Assim, fizeram o check in, colocaram as coisas no hotel e foram dar uma
volta na cidade. Não havia muita coisa, Caldas é assim: em fim de semana
prolongado lota, em fim de semana normal é mais vazio. Nas férias é meio termo.
Sentaram-se em um barzinho na praça central, ao lado de um com música ao vivo,
assim podiam curtir a música sem pagar o couvert.
Cerveja
gelada sempre pede um acompanhamento, e frango a passarinho pareceu ideal.
Pediram uma porção. Quando o frango chegou, coberto por cebolas finamente
cortadas em rodelas envoltas por uma leve camada de algo que parecia farinha de
rosca, todas atacaram as cebolas antes do frango. E foi a escolha certa, o
frango estava bom, mas aquelas cebolas! Hum! Crocantes, com um leve sabor
cítrico - como se houvessem sido embebidas em limão - que em contato com as
papilas gustativas provocavam uma leve sensação de torpor. Estavam simplesmente
de - li - ci - o - sas!
Ficaram
ali, curtindo a cerveja e discutido a receita daquelas cebolas. Foram
‘obrigadas’ a pedir uma porção só de cebolas. Cebolas crocantes era o nome da
porção. Comeram, conversaram e de vez em quando voltavam à receita das cebolas
até que a dona do bar sentou-se a sua mesa. Conversaram, elogiaram as cebolas,
pediram a receita e ela, é claro, veio com toda aquela história de receita da
casa, segredo e coisa e tal.
O
bar fechou por volta de 1 da manhã, passaram na farmácia, Xuxu comprou soro
fisiológico para as lentes de contato e voltaram para o hotel. Ficaram na
piscina até um pouco mais tarde e foram dormir. No dia seguinte, curtiram o
parque aquático e à noite foram a uma festa, mas o gostinho daquelas cebolas
permaneceu nas suas memórias e vez ou outra surgiam nas conversas
descontraídas.
Domingo
era dia de ir embora, mas é claro que aproveitaram tudo o que podiam. Lá pelas
16h resolveram ir à praça da cidade tomar um Cozumel - cerveja temperada com
suco de limão, sal e gelo triturado servida na taça com borda grossa de sal -
delícia! E no barzinho onde pararam o dono garantiu que eles fariam as cebolas
crocantes para elas. A porção chegou e de cara souberam que não era a mesma
cebola. Eram cebolas empanadas, com a casca bem grossa e muito macias, pouco
crocantes. Ainda assim, pela simpatia e boa vontade do dono do estabelecimento
decidiram aproveitar o momento para terminar aquele agradável final de semana
entre amigas.
Na
hora de ir embora, não resistiram. Xuxu e Mel foram até o outro barzinho e
pediram à dona a gentileza de chamar a cozinheira para ensinar a receita. E
qual não foi a surpresa das duas quando ela chamou a dona Cleide? Que veio lá do
fundo, com avental xadrez e redinha na cabeça, pegou a mão de Xuxu e com um largo
sorriso disse: “minha filha corte as cebolas em rodelas bem finas – você viu lá
como é né? - deixe de molho de um dia para o outro em vinagre com sal. Depois
passe rapidamente por farinha de trigo (ela jurava que era farinha de rosca!) e
frite em óleo bem quente. Coloque sobre um papel absorvente e depois é só
comer”.
Xuxu
disse: E só isso dona Cleide? Suas cebolas são demais! Obrigada! Beijou-lhe
carinhosamente as mãos e foram, satisfeitas e estupefatas com a simplicidade do
prato que não saiu das suas lembranças. Como não podia deixar de ser, voltaram
para o carro combinando o próximo encontro na casa de alguma delas para tomar
Cozumel acompanhado de Cebolas Crocantes da dona Cleide!
Se
alguém do grupo já repetiu o prato, não tenho conhecimento. Mas enquanto em
Fortaleza fiz essas cebolas na casa das meninas (Cri e Rê), num churrasco da
minha despedida – que acabou se tornando o churrasco de comemoração pela
extensão do meu tempo em Fortal – e todo mundo adorou! É isso... o prato é
simples. Simplesmente delicioso para um tira gosto!
Dica: Quando fizer fritura, coloque para ferver água com alguns cravos. A água deve estar fervendo quando você começar a fritura. O aroma do cravo se sobrepõe ao da gordura e sua casa não fica com aquele cheiro forte de óleo.
Dica: Quando fizer fritura, coloque para ferver água com alguns cravos. A água deve estar fervendo quando você começar a fritura. O aroma do cravo se sobrepõe ao da gordura e sua casa não fica com aquele cheiro forte de óleo.
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