Assim que chegávamos à casa da Luzia, eu e a Su já íamos gritando do portão: Luuuuuuuuuuuuuu! E era aquela algazarra: abraços e beijos e todo mundo falando ao mesmo tempo. Uma confusão que só a gente entendia! Uma delícia de bagunça armada no bairro José Valter em Fortaleza, onde a Lu morava na época.
Numa
das primeiras vezes em que fui à casa da Lu, quando chegamos ela já foi logo
dizendo: chegaram na hora certa, acabei de fazer um bolo.
Ao que
eu fui logo respondendo: não sou muito fã de bolo Lu!
E ela
prontamente replicou: acho que desse você vai virar fã porque ele é diferente.
É um bolo salgado.
Salgado?!
perguntei - Ah, então é capaz de eu gostar mesmo.
A
Luzia estava certíssima, não só gostei como me apaixonei. Devo ter comido umas
4 fatias! O bolo é realmente delicioso. Virei totalmente fã. Assim como a Cri,
que também apaixonou no bolo da Lu. E eu e a Cri, o apelidamos de Bolo de Grude
da Lu.
A Su
foi embora para a Paraíba, e eu para Brasília. Quando vim embora de Fortaleza,
a Lu me deu a receita e me ensinou a fazer o bolo de grude. É super fácil:
400g
de queijo (a Luzia usa o coalho, mas já fiz com mozzarela)
3 ovos
¼ de
xícara de óleo
1 copo
e um pouco de leite
3
xícaras de polvilho azedo
Sal à gosto
Bate
tudo no liquidificador exceto o polvilho que deve ser misturado à massa depois
de batida. Coloca em forma untada com óleo e assa em forno pré-aquecido a 200º
por 30 minutos ou até o garfo sair limpo. Pronto!
O povo
que gosta de café, diz que esse bolo é um ótimo acompanhante para o 'pretinho'.
Eu, como não gosto como é puro mesmo, com refrigerante, suco, achocolatado...
Pra mim, a estrela do lanche é o Bolo de Grude da Lu! Normalmente, os outros
bolos de queijo - como são chamados - têm uma consistência meio de pão de
queijo, um pouco seca. O da Lu não, o da Lu tem uma consistência 'puxenta',
'liguenta' mesmo. É um autêntico bolo de grude. Sem tirar o mérito das pessoas
que fazem e gostam do bolo de queijo, eu prefiro o 'grudento', do jeito que a
Lu me apresentou.
Então,
todas as vezes em que vou a Fortaleza, a primeira coisa que peço para a Cri é
avisar a Luzia que estou chegando e quero bolo de grude. Ela sempre faz o bolo
e parece que está cada dia melhor. Já fiz algumas vezes aqui em Brasília, mas o
dela parece que tem alguma coisa a mais. Acredito que seja o tempero,
normalmente ela tempera com muito amor e, depois que eu vim embora, acho que
ela coloca saudade em abundância.
Dessa
vez que vim a Fortaleza por um mês, não foi diferente, a Luzia fez um bolo e chamou
a gente – eu, Cri, Rê, Ráquel e Marilza - para ir lanchar na casa dela. Gente,
pode parecer impossível, mas acho que foi o bolo mais gostoso que ela já fez. E
todo mundo concordou.
Ainda
hoje, quando nos falamos ao telefone, grito num tom incomparável: Luuuuuuuuu! E
parece que esse grito acende um pavio que queima incessante do outro lado
quando ela grita: Ciiiiiiinthia!
Eita,
saudade é uma coisa louca mesmo né? A gente revê as pessoas várias vezes, fala
ao telefone, mas dentro do coração fica aquele gostinho de quero mais. Saudade
de fazer as coisas junto, da companhia, de sair, de ficar em casa sem fazer
nada, só na companhia das pessoas queridas. É realmente um dos melhores
temperos da vida!
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