terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma surpresa para Mariana: Bolo de Chocolate com Coco

'G' estava super empolgada com aquela nova 'empreitada' a que tinha se disposto. Ela e Mariana eram amigas desde os 4 anos, na Escolinha da Tia Nair. Lembrava-se muito bem de como tornaram-se amigas. No primeiro dia de aula todas as crianças começaram a rir quando a professora a apresentou e disse seu nome pedindo às crianças para serem legais com ela e levarem-na para conhecer a escola. Todo mundo riu muito e ficou fazendo piadinha. Mariana, ao contrário, levantou-se, pegou sua mão e sorrindo carinhosamente disse:
- Oi G, eu sou a Mariana e acho que vamos ser grandes amigas! Vem comigo, vou te mostrar a escola. Não liga pra eles não, eles são todos uns bobões! - E desde então nunca mais se separaram. Quando se formaram na alfabetização e foram para o Ensino Fundamental, fizeram questão de ir para a mesma escola e ficaram na mesma turma.

Hoje era o aniversário de Mariana. 12 anos. Já eram amigas há 8 anos! Muita coisa legal tinha acontecido nesses anos. Tinham aprendido muita coisa juntas. Então G, que já tinha permissão da mãe para fazer receitas simples, teve a ideia de fazer uma surpresa para sua melhor amiga: escolheu um delicioso bolo de chocolate com coco. Entrou na cozinha decidida e começou a separar os ingredientes:

1 lata de leite condensado
1 lata de leite
6 ovos
200g de chocolate em pó ou 250g de nescau (usou o chocolate porque Mari preferia chocolate mais forte e menos doce)
1 pacote de coco ralado

Depois pegou o liquidificador, colocou todos os ingredientes dentro e bateu até misturar tudo. G achou estranho porque a massa não levava farinha, nem manteiga, nem fermento, mas estava desse jeito no livro de receitas da mãe então seguiu tudo a risca. Também estranhou a massa do bolo ser tão líquida, parecia mesmo um chocolate batido, mas enfim, estava escrito assim. Untou uma forma de bolo inglês com manteiga (uma camada bem fininha) e despejou toda a massa dentro. Para testar o sabor untou também duas forminhas de petit gateaut e colocou um pouco da massa ali.

Havia ligado o forno elétrico a 200º para pré aquecer, conforme dizia a receita, antes de começar a separar os ingredientes. Então colocou a forma e as forminhas no forno e marcou 45 minutos no cronômetro da mãe.

Enquanto isso, misturou 1/2 lata de leite condensado, 2 colheres de chocolate em pó e 1 colher de manteiga. Colocou tudo no microondas por 4 minutos. Depois que esfriou juntou um pouco de creme de leite para ficar mais mole, como um brigadeiro mole.

Aos 30 minutos tirou os bolinhos do forno, cobriu com a calda de brigadeiro e polvilhou um pouco de coco ralado por cima, levou à geladeira. Quando soou o alarme, espetou um palito de dentes no bolo e, como saiu limpo, desligou o forno. Colocou a cobertura por cima, polvilhando com um pouco de coco ralado. Deixou esfriando sobre a pia e foi chamar a mãe para experimentar o bolinho com ela.

Sentaram-se na sala e a mãe realmente gostou daquela experiência culinária, enchendo a filha de elogios. G ficou toda cheia de si. Mas essa sensação não durou muito tempo. Quando sua mãe entrou na cozinha e viu a cozinha toda suja, gritou muito aborrecida: GETINAAAAALIAAAAA! Vem aqui agora!

G – que odiava aquele nome mais que tudo na vida - havia feito uma confusão na cozinha: esqueceu de tampar o liquidificador e 'voou' liquido marrom pra todo lado. G nem se abalou, o importante era que o bolo estava gostoso. E no mais, sua mãe sabia que não devia chamá-la por esse nome horroroso: Getinália! Onde é que já se viu alguém com um nome tão esquisito, estranho e feio como esses? Nunca entrara em detalhes com a mãe, mas sabia que a mãe quisera homenagear seus avós – Getúlio e Anália – mas tinha que ser justo no seu nome? Não tinha outra forma de fazer uma homenagem não?

Desfez-se dos pensamentos, arrumou a mesa da sala, colocou umas velinhas cor de rosa no bolo, caixas de suco, refrigerantes e os salgadinhos que havia encomendado sobre a mesa. Quando Mari chegou, as outras amigas já estavam na sala e G já havia retirado o bolo da geladeira (onde ficou por 1h aproximadamente). Mariana mal pode acreditar naquela mesa tão linda, aquela festa tão gostosa. E, quando experimentou o bolo, começou a encher a amiga de elogios, G sentiu-se a menina mais feliz do mundo!

Aos seus 12 anos, G já sabia: a vida é uma experiência deliciosa com as mais variadas pessoas (muitas delas más). Existem coisas boas e ruins – seu nome era prova disso - mas o que não podem faltar são os amigos. Os verdadeiros amigos são joias preciosas, devem ser cuidados carinhosamente. E ela tinha uma amiga valiosa que pretendia manter por toda sua vida.


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